Na manhã desta sexta-feira (14), uma cena incomum mobilizou quatro agentes de segurança do metrô de São Paulo: o resgate de um filhote de maritaca que caiu nos trilhos da estação Santana, na Linha 1-Azul. A operação, conduzida com cuidado e precisão, garantiu que a ave fosse retirada em segurança e levada para a base operacional da estação onde recebeu os primeiros cuidados e alimentação. Em seguida, o animal foi encaminhado para reabilitação no Parque Ecológico do Tietê, da Coordenadoria de Fauna Silvestre (Cetras-SP).
O agente de segurança Wilson Ornellas, que participou do resgate, destacou a emoção da ação: “Moro ao lado de uma praça e já resgatei filhotes de pássaros antes, mas dos trilhos do metrô foi a primeira vez. A sensação é de gratidão por poder ajudar”. Sua colega, Carine Gosik, reforçou a importância da coordenação entre os agentes para evitar estresse ao animal: “Nos reunimos para definir o papel de cada um no resgate, garantindo que tudo ocorresse de forma segura”.
A ocorrência começou quando o supervisor da estação, Daniel Hirata, foi alertado sobre a presença da maritaca nos trilhos. “Um passageiro viu a ave acuada e queria descer para pegá-la, mas informamos que faríamos o resgate de maneira segura. Entramos em contato com o Centro de Controle Operacional (CCO) e aguardamos o momento adequado para a retirada”, explicou Hirata.
Após a autorização para acessar os trilhos, os agentes se prepararam com equipamentos de proteção e uma caixa adaptada para transportar a maritaca. “Ela parecia assustada e com fome. Depois do resgate, oferecemos um pouco de água e dividi minha banana com a ave. Foi um alívio ver que conseguimos salvá-la”, contou Victor Mantovani, outro agente envolvido na operação. Pai de dois filhos, o João Victor, de 13 anos, e a Ana Júlia, de 3 anos, Mantovani diz que hoje vai ter esta história com final feliz para contar para eles, além de mostrar as fotos da ave resgatada.
O metrô possui um protocolo específico para lidar com situações envolvendo animais nas estações, garantindo a segurança tanto dos passageiros quanto da fauna. Em casos como esse, o chamado “Código C” é emitido para alertar os empregados sobre a presença do animal e permitir a mobilização da equipe de resgate. “Nosso objetivo é sempre agir de forma rápida e segura para proteger os animais que, por algum motivo, acabam acessando o sistema”, afirmou Mônica Miki, coordenadora de Planejamento da Segurança.
Com o resgate bem-sucedido, a maritaca foi transportada em segurança para o Parque Ecológico do Tietê, onde será avaliada por especialistas antes de ser devolvida ao seu habitat natural. “Foi muito gratificante participar dessa ação. Ficamos apreensivos porque vimos que era um filhote, e seus pais vinham e iam para confortá-lo. Felizmente, conseguimos garantir um final feliz”, concluiu Hirata.
Agência SP