Reflexão para Sexta-feira da 1ª Semana da Quaresma

A Liturgia de hoje nos convida a uma profunda reflexão sobre a justiça divina e o caminho do arrependimento. As leituras nos mostram que Deus está sempre pronto para acolher aqueles que se convertem sinceramente e seguem Seus mandamentos.

Primeira Leitura: O chamado ao arrependimento

Na primeira leitura, retirada do Livro do Profeta Ezequiel (Ez 18,21-28), Deus nos ensina que ninguém está condenado pelo passado, desde que haja um sincero arrependimento. “Se o ímpio se arrepender de todos os pecados cometidos, e guardar todas as minhas leis, e praticar o direito e a justiça, viverá com certeza e não morrerá” (Ez 18,21). Esta passagem nos mostra a misericórdia de Deus, que não deseja a morte do pecador, mas sim sua conversão e salvação. No entanto, também há um alerta: aquele que abandona a justiça e se entrega ao pecado estará sujeito à condenação.

Evangelho: O valor da reconciliação

No Evangelho de Mateus (Mt 5,20-26), Jesus nos ensina que a verdadeira justiça vai além da obediência às leis externas; ela deve brotar do coração. Ele nos exorta a superar a justiça dos fariseus, que era baseada apenas em regras formais, e a viver uma justiça autêntica, fundamentada no amor e na reconciliação.

Jesus também nos adverte sobre a importância do perdão e da reconciliação. “Quando tu estiveres levando a tua oferta para o altar, e ali te lembrares que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa a tua oferta ali diante do altar, e vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão” (Mt 5,23-24). Este ensinamento é um convite à humildade e ao reconhecimento de nossos erros. Deus valoriza mais um coração reconciliado do que ofertas materiais.

Aplicando a mensagem em nossa vida

Quantas vezes guardamos ressentimentos, alimentamos raiva e deixamos que pequenos conflitos se tornem muralhas entre nós e os outros? A Palavra de Deus nos lembra que a justiça verdadeira está na capacidade de perdoar e buscar a reconciliação. Assim como Deus perdoa nossos pecados, somos chamados a perdoar aqueles que nos ofenderam.

Neste tempo de Quaresma, somos convidados a fazer um exame de consciência sincero e a nos perguntar: temos buscado a reconciliação com aqueles que nos magoaram? Nossa justiça é apenas externa ou brota do coração? O verdadeiro caminho para Deus passa pelo amor ao próximo e pela busca constante da paz.

Que possamos, a cada dia, nos esforçar para viver essa justiça maior, construindo pontes em vez de muralhas e abrindo nosso coração à graça do perdão e da misericórdia divina.

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