A Liturgia desta terça-feira da 5ª Semana da Quaresma nos convida a uma profunda reflexão sobre a fé, o arrependimento e a esperança que brota da misericórdia divina. As leituras do dia se entrelaçam com uma mensagem central: a salvação vem de Deus, mas é preciso reconhecê-la com coração aberto.
Na Primeira Leitura (Nm 21,4-9), o povo de Israel, impaciente e revoltado, murmura contra Deus e contra Moisés durante a travessia do deserto. Como consequência, surgem serpentes venenosas que trazem morte e sofrimento. Diante do arrependimento do povo, Deus orienta Moisés a construir uma serpente de bronze, que serviria de sinal: aquele que fosse mordido e olhasse para ela com fé, viveria. Essa passagem nos mostra que, mesmo quando erramos, Deus nos oferece um caminho de redenção. O olhar para a serpente de bronze é símbolo da fé que salva, um gesto de confiança no perdão divino.
No Evangelho (Jo 8,21-30), Jesus reafirma sua identidade e revela a urgência da fé. Ele diz: “Se não acreditais que Eu Sou, morrereis nos vossos pecados”. Essa declaração direta não é uma condenação, mas um chamado à conversão e à confiança na verdade revelada. Jesus é a “luz do mundo”, Aquele que nos tira das trevas do pecado e nos reconduz à vida plena com o Pai. Ao dizer que faz tudo aquilo que agrada ao Pai, Jesus nos ensina que a obediência e a fidelidade à vontade divina são caminhos para a verdadeira liberdade.
Em tempos de Quaresma, esse trecho do Evangelho é um convite a elevarmos nosso olhar para Cristo, assim como os israelitas olharam para a serpente de bronze. Precisamos reconhecer que somente Nele encontramos cura, sentido e vida eterna.
Nesta jornada quaresmal, sejamos humildes para reconhecer nossas fraquezas e confiantes para nos voltar a Jesus, o Filho enviado por amor. Que nossa fé seja viva, ativa e perseverante, e que possamos sempre buscar a luz que emana do Cristo, que nunca nos deixa sozinhos.