O Sábado Santo é o dia do grande silêncio. É a esperança contida, o tempo entre a morte e a vida, entre o drama da sexta-feira e a glória do Domingo da Ressurreição. A liturgia de hoje nos convida a mergulhar no mistério da esperança que se renova, iluminada pela fé na promessa de Deus.
As sete leituras do Antigo Testamento percorrem a história da salvação. Desde a criação do mundo até a esperança na redenção, cada narrativa nos recorda o quanto Deus caminha conosco. Ao criar a luz, dar forma à vida e conduzir o povo de Israel através das águas do Mar Vermelho, o Senhor prepara o coração da humanidade para acolher o dom da vida nova.
O sacrifício de Abraão, a saída do Egito, os convites à conversão e à sabedoria são sinais da pedagogia divina. Deus, em sua misericórdia, não desiste de seu povo, mas o purifica, o forma e o conduz. A cada leitura, a liturgia vai acendendo uma centelha de luz em meio às trevas.
Na carta aos Romanos, Paulo nos recorda que pelo batismo somos mergulhados na morte de Cristo para com Ele ressurgirmos. A vida nova que recebemos é fruto da graça. Somos chamados a viver não mais sob o jugo do pecado, mas como homens e mulheres renovados pela luz pascal.
O Evangelho de Lucas traz a boa nova: Cristo ressuscitou! As mulheres encontram o túmulo vazio e ouvem a mensagem dos anjos. “Por que procurais entre os mortos aquele que está vivo?” É o anúncio que muda a história, que rompe com o desespero e inaugura a vida plena.
O Sábado Santo nos prepara para esse encontro. Somos chamados a permanecer vigilantes, com os olhos fixos em Cristo, na esperança da luz que não se apaga. Vivamos este dia com reverência e silêncio, permitindo que a esperança pascal renasça em nossos corações.